27 outubro, 2006

Eu chamo-me...

MELISSA

Eu chamo-me Melissa e estou triste, porque o amor da minha vida me deixou para ficar com a minha melhor amiga. Estou-me a sentir muito mal: é como se me tivessem tirado a outra metade do coração. Dentro de mim sinto uma mágoa muito grande, porque eu gostava imenso dele, como nunca na vida gostei de alguém.
Ele era o homem com quem eu me queria casar, até já começava a sonhar como seria a minha vida ao lado dele. Estou que nem posso. Tenho o meu coração a doer-me de tanta tristeza. O que ele me fez não se faz a ninguém e ainda por cima com a minha melhor amiga. Ninguém merece uma traição destas!
Eu queria ter dois ou três filhos com ele, mas pensando melhor, é melhor esquecê-lo, porque homens assim não merecem nenhuma mulher do mundo. Nenhuma rapariga merece passar por uma situação dessas: as mulheres merecem ser felizes e serem tratadas como se fossem rainhas.
Alguns dos homens, por fazerem isso ,deviam de ser castigados, e teriam um castigo muito bem merecido. Gostava de arranjar um homem que me fizesse muito feliz para a vida toda, mas esse dia está próximo. Eu sinto-o no meu coração.
Eu e o Carlos não suportamos traições.
Marisa e Carlos

JESSICA

Chamo-me Jessica e tenho 35 anos. Eu era uma pessoa muito divertida até ao dia que o meu marido morreu. Foi há apenas uma semana atrás e eu estou muito triste com tudo isto. Ele foi e continua a ser o homem que eu amo, e para além disso é ele o pai das minhas duas filhas.
O nome dele era Francisco e morreu num acidente de automóvel, na vinda do trabalho. Era ele quem trabalhava, eu apenas cuidava da casa, mas agora que ele já não está cá , terei de fazer tudo sozinha…Tenho de cuidar da casa e trabalhar, para poder sustentar-me a mim e às minhas filhas. Não tenho ninguém que me ajude, pois os meus pais também já faleceram e os pais dele nunca aceitaram a nossa relação, e desde o dia em que nós nos casamos, eles passaram a agir como se ele (e eu) nunca tivesse existido. Por isso como podem ver estou mesmo completamente sozinha.
A Andreia, que é a minha filha mais velha, quer ir trabalhar, para me ajudar a sustentar-nos, mas eu não vou permitir isso, pois ela é muito inteligente e tem capacidades para ter uma profissão muito boa no futuro, o que não aconteceria se ela desistisse da escola agora. Isto está a ser muito complicado para mim, estou absolutamente desamparada, pois já tenho procurado emprego mas está muito difícil de encontrar, e eu não sei o que hei-de fazer da minha vida com tudo isto.
Sinto tanto a falta do Francisco… Tudo me faz lembrar dele. E o que me revolta mais é que foi tudo tão de repente… Estava tudo bem, e assim de repente, numa questão de segundos, ele morre num acidente de automóvel. Esta vida é tão injusta…
Toda a gente me diz que eu tenho de me distrair, porque a vida continua, mas eu não consigo. Como é que eu conseguirei divertir-me quando sei que perdi a pessoa mais importante da minha vida? É impossível!!!
As minhas filhas também estão muito perturbadas com tudo isto, principalmente a Angelina (minha filha mais nova) pois era muito ligada ao pai. Mas vou tentar melhorar, e ajudar as minhas filhas a melhorar também, por muito difícil que seja.
Esta vida é muito injusta , mas pelos vistos vou ter de habituar-me a isso.

Beatriz

MAFALDA

Eu chamo-me Mafalda, tenho 36 anos e moro na rua do Poço Negro (Travagem). Sou muito pobre, muito doente do coração e quase não tenho dinheiro para os medicamentos. Vivo sozinha. A minha vida é uma solidão, gostava muito de ter uma companhia. Moro sozinha desde que o meu marido morreu. Tive um companheiro comigo, até que houve uma certa altura em que eu andava desconfiada dele: pensava que ele tinha uma amante. Um dia, eu resolvi segui-lo e vi-o a entrar num hotel com uma mulher. Foi então que resolvi tirar-lhes umas fotografias para comprovar onde é que ele tinha ido e com quem.
Quando chegou a casa, eu perguntei lhe onde é que ele tinha estado e com quem e ele respondeu que tinha estado a trabalhar na empresa como sempre. Fiquei furiosa, disse-lhe que sabia tudo e que não valia a pena ele negar. Provei-o com as fotos que tirei. Passado algum tempo já estávamos divorciados. Tive uma grande desilusão de amor e desde aí nunca mais quis marido.
Bem, mas a vida é assim dura e difícil. Quando me divorciei dele ainda fiquei mais doente do que já estava. Ainda na semana passada estive no hospital, porque me deu um enfarte. Estava e estou muito triste porque a minha vida é uma solidão.
Os médicos disseram-me que eu poderia curar-me da minha doença. Espero recuperar a alegria de viver e talvez um dia conseguir encontrar um homem que goste verdadeiramente de mim.
Ivo


SUSAN

Eu chamo-me Susan, tenho 39 anos moro na rua Júlio Dinis. Tenho uma filha já casada e vivo sozinha. O meu marido já morreu há nove anos. Tenho um cancro. A minha filha Caty é que me vem visitar, infelizmente não posso trabalhar por causa da minha doença. Não tenho dinheiro para pagar as contas estou com muitas dificuldades, mas a Caty tem me ajudado.
Sinto me muito sozinha não tenho ninguém para conversar a não ser só a minha filha, tenho sentido muito a falta do meu marido. Ele era um bom homem ajudava-me em tudo o que era preciso. Infelizmente, morreu de um acidente de carro.
Não me dou bem com o meu genro porque ele é muito agressivo e violento, ele bate muito na Caty, mas ela ainda não se separa dele porque está grávida e tem medo que o filho nasça sem pai, eu já lhe disse para ir a tribunal fazer queixa do marido mas ela não quer, porque ele pode lhe bater como nas outras vezes….
Andreia e Sandra S.
ANGELINA

Eu chamo-me Angelina e tenho quarenta e dois anos. Estou muito triste porque o meu marido morreu na semana passada. Decidi descansar um pouco, e pensar na vida.
Pensei em muita coisa como por exemplo em arranjar outro marido. E assim o fiz. As minhas amigas convidaram-me para ir a uma festa e eu aceitei. O baile era na semana seguinte e eu não tinha nada para vestir! Como não tinha dinheiro para o comprar fui pedir um emprestado a uma colega minha. Mas ela também ainda não tinha comprado nada e os que ela tinha já estavam fora de moda. Como elas iam todas “chiques” eu não podia ir diferente, pois seria gozada. Mas sendo assim teria de fazer um pelas minhas próprias mãos e assim foi. Comecei a fazê-lo e três dias antes da festa, acabei-o. Quando cheguei à festa estava muita gente linda e bem vestida e então pensei: vou-me embora que vergonha. E ao atravessar na passadeira fui atropelada e agora assim estou … isto só porque queria arranjar marido. Nunca mais me meto numa destas alhadas.

Carla "Neta "

CONCEIÇÃO

Eu chamo-me Conceição, e tenho 40 anos e sou do Porto. Neste momento estou na cama com uma grande dor no coração. Sofro muito do coração e desde que o meu filho morreu fiquei pior. Chamava-se Ricardo, um nome muito lindo. Morreu de acidente de automóvel. Estou a sentir-me muito sozinha com o meu marido, coitado ele também está a sofrer muito com a morte dele, pois era nosso filho e continua sempre a ser.
Estou sempre isolada no quarto dele, pois traz-me muito boas recordações dele a chamar-me “cota”. Todas as pessoas me dizem que não posso estar assim, eu sei disso mas não me mentalizo. Tenho uma amiga que conheceu o Ricardo, chama-se Madalena ela e o seu marido Henrique dão-nos muito apoio e as suas filhas também. São umas queridas, gostamos muito delas (eu e o meu marido). Uma das suas filhas chegaram a conhecê-lo, até se pegavam à porrada por causa dum gelado (boas recordações). Mas a outra coitadinha ainda não era nascida. Estão agora as duas umas mulheres.


Rute Caldas

SANDRA

Olá, eu chamo-me Sandra e sou muito simpática. Hoje aconteceram-me muitas coisas boas e maravilhosas. Vou começar no princípio: estava na rua e fui ao minimercado, como faço todos os dias, pela mesma hora, mas ontem encontrei um homem lindo de morrer. Fiquei espantada com tanta beleza e, e ao mesmo tempo, curiosa por saber quem era. Fingi que caí de propósito só para cair no colo dele. (é por isso que eu tenho o vestido um pouco rasgado). Fingi que desmaiei para que ele me levasse a casa, mas quando ele disse que ia chamar uma ambulância, eu como ouvi, “acordei” meia tonta e pedi-lhe para me trazer. Ele trouxe-me. Quando nós cá chegamos, ele deitou-me num lençol vermelho e por coincidência ele disse que o lençol era da cor do amor. De repente, lembrei-me que ainda não sabia o nome dele. Depois eu perguntei-lhe se ele quisesse ficar, e tomar alguma coisa que podia. E ele ficou e aproveitei para lhe perguntar o nome. Chamava-se Hugo. Deu-me o seu contacto e dói-se embora, pois tinha muita pressa. E eu também lhe dei o meu, antes de ele se ir embora. Com um sorriso nos lábios, disse que ia telefonar-me para saber se eu estava melhor. De manhã, estava eu à espera do telefonema do Hugo e, de repente, tocou a campainha da porta e eu foi abrir e era ele com um ramo de flores. Fiquei com vontade de o beijar. Entretanto, reparei que ainda estava com o a roupa do dia anterior, fui mudar de roupa e depois vim ter com ele. Houve um “clima”, beijamo-nos e nesse preciso momento eu senti-me a mulher mais feliz do mundo.

Sandra Cabral

SARA

Eu chamo-me Sara, tenho 34 anos e vivo em Lisboa. Esta sou eu com uma grande dor no coração. Parece um bocado estranho mas a cor do sofá é a minha cor preferida, porque é a cor do amor .
Sara

MARIA

Eu chamo-me Maria e tenho 45 anos. Tenho um cancro do pulmão. A minha vida é casa, hospital, hospital, casa. Felizmente, há uma cura nos Estados Unidos mas não tenho dinheiro para ir para lá, como podem ver pelas minhas roupas.Resta-me tentar arranjar emprego para ganhar dinheiro suficiente para ir para os E.U.A.

Rúben
MARGARIDA

Eu chamo-me Margarida e tenho quarenta anos. Neste momento estou na cama com muitas dores no meu coração, mas espero não morrer tão cedo: Deus tem que me ajudar, porque o meu marido também está muito, mas mesmo muito, doente.
Eu só queria poder ajudá-lo, mas não consigo pois já estou a ficar sem forças para fazer o que quer que seja. Até rasguei o vestido sem querer: não ando mesmo com sorte nenhuma! Nem sequer a comida me sai bem. Não ando com cabeça para aturar ninguém, ando muito cansada…. A única coisa que me faz acreditar no futuro é a minha filha. Vivo por causa dela. Ela vai ser estilista, foi ela quem desenhou este vestido. Ela desenha mesmo muito bem, tem muito jeito para ser o que quer. E eu desejo-lhe muita sorte para o trabalho que ele quer ser e eu e o pai dela ficávamos muito contentes por ela. A minha filha chama-se Rita tem 12 anos.

Xana

1 comentário:

Anónimo disse...

Estou orgulhosa desta turma.
Parabéns.